Nem Dário, nem Rafa. Construir a resistência e a oposição à continuidade do projeto privatista do governo Jonas
O resultado do primeiro turno das eleições em Campinas, embora tenha colocado entre as duas melhores colocações candidaturas afinadas com o projeto do atual governo, também demonstrou um importante espaço de insatisfação e desejo de mudanças.
A campanha eleitoral foi marcada pelo poder financeiro das candidaturas tradicionais e pela despolitização do debate, uma vez que, mesmo mantendo relação e até presença no atual governo, as candidaturas de situação buscaram esconder essa ligação. Além disso, a pandemia e a insatisfação popular se expressaram num alto índice de abstenção (30,84%).
Mesmo assim, nossa coligação PSOL/PT, muito bem representada na chapa majoritária por Pedro Tourinho e Edilene Santana obteve a confiança de 96.905 votos (20,5%), quase chegando ao segundo turno, com um projeto que explicitamente se opôs à lógica do desmonte do Estado, a um projeto conservador, excludente e gerador de desigualdades.
O espaço para essa política também se expressou no aumento das bancadas dos partidos que integram a coligação, bem como na ampliação da participação de mulheres. O crescimento de nossa bancada, de uma para dois vereadores (Mariana Conti e Paulo Bufalo) e a significativa votação de outras candidaturas representam uma grande vitória para o PSOL.
Nesse sentido, temos uma grande responsabilidade pela frente, que é fortalecer e ampliar a luta e a oposição ao projeto de continuidade do governo Jonas na cidade. Entendemos que foi isso que a população nos delegou com seus votos e suas manifestações e, por isso, é esse o nosso compromisso.
Considerando essas questões, a Executiva Municipal do PSOL, coerente com tudo que afirmamos no primeiro turno, afirma de forma contundente que não apoiará nenhuma das candidaturas que disputam o segundo turno. Rafa Zimbaldi, ex-presidente da Câmara, foi aliado de Jonas. Dario Saadi foi secretário de governo de Jonas. Ambos tem em suas coligações partidos que integram o atual governo e não apresentam diferenças estruturantes na concepção política e econômica.
Convidamos a todos e todas que compartilham dessa posição, a construirmos juntos, desde já, a luta e a resistência, defendendo os serviços públicos, a democracia e direitos para todos e todas.
Campinas, 19 de novembro de 2020